PROCESSAMENTO AUDITIVO???
28/05/2010 14:27O Processamento Auditivo Central (PAC – Auditory Processing Disorder) se refere aos processos envolvidos na detecção, na análise e na interpretação de eventos sonoros. Estes processos acontecem no sistema auditivo periférico e no sistema nervoso auditivo central. É desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto é a partir da experienciação do mundo sonoro que aprendemos a ouvir.
A maioria dos pais quando se defronta com uma criança com perturbação do processamento auditivo relata um discurso comum: “o meu filho parece que não escuta embora tenha tido um exame audiológico normal”, o meu filho distrai-se e não compreende bem o que dizemos se houver barulho no local”, esta sempre a perguntar ah?, o que?, preciso repetir muitas vezes o que digo, não gosta de sons fortes como os foguetes…
O mais importante está em tentar investigar, ter calma e tratar! Há tratamento!!!
Uma perturbação do processamento auditivo difere da surdez, pois a pessoa pode não ter perda de audição. A dificuldade está em entender aquilo que se ouve.
Para sabermos que estamos perante uma dificuldade de processamento auditivo, a primeira providência é consultar um médico otorrinolaringologista. Após verificar que não há perda auditiva, ou esta seja mínima, passa-se para a avaliação do processamento auditivo.
Constatado que o problema está nesta esfera – perturbação do processamento auditivo – deve iniciar-se o tratamento por uma FONOAUDIOLOGA para que tal perturbação possa e deva ser tratada.
Listamos abaixo alguns sinais que podem fazer parte deste grupo de queixas e também MUITAS causas que podem estar associadas.
Alguns sinais:
- Mostra-se excessivamente desatento;
- Apresenta reacções exacerbadas para sons intensos;
- Tem uma reacção lenta ao responder a estímulos auditivos (aumento do tempo de latência das respostas);
- Tem dificuldade na localização sonora;
- Tem dificuldade em acompanhar uma conversa quando muita gente fala ao mesmo tempo;
- Confunde a ordem dos factos ou não compreendem uma história ou anedota com duplo sentido;
- Não atende prontamente quando é chamado ou necessita que o chamemos muitas vezes para que responda;
- Tem dificuldade em pronunciar o /r/ e o /l/;
- Fica confuso ao narrar uma história ou quando tem que dar um recado;
- Apresenta dificuldades na escola, principalmente nas disciplinas de Matemática e de Português;
- Demora muito para conseguir aprender a ler e a escrever;
- Troca muito as letras na escrita;
- Tem uma má caligrafia;
- Confunde-se sistematicamente ao identificar e a distinguir a direita da esquerda;
- Não consegue entender correctamente os textos que lêem;
- Tem dificuldade em memorizar as coisas;
- É muito agitado ou, pelo contrário, quieto demais;
- Solicitam a repetição de informações auditivas;
- Procuram pistas visuais no rosto do falante;
- Tem histórico de infecções repetitivas nos ouvidos (otites);
- Gagueja ao falar;
- Desajustes sociais: tendência ao isolamento.
Algumas causas:
EM CRIANÇAS
- Privação sensorial (falta de experiência acústica no meio ambiente) que gera uma imaturidade das vias auditivas do sistema auditivo;
- Alterações neurológicas (doenças degenerativas, alterações causadas por anóxia);
- Problemas congénitos (infecções congénitas – rubéola, sífilis, toxoplasmose, herpes e citomegalovírus);
- Baixo peso ao nascer;
- Alcoolismo materno ou ingestão de drogas psicotrópicas na gestação;
- Permanência na incubadora;
- Perda auditiva condutiva (a frequência da otite leva a uma falta de consistência de estimulação, à distorção da mensagem e, consequentemente, ao prejuízo do desenvolvimento da audição, da fala e da linguagem);
- Perda auditiva neurossensorial nos primeiros anos de vida.
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